Sinopse
Flor
de Liz, um drama que tem início no ano de 1964, narra a história de José, Maria e de Charles, único filho do casal, que vivem na pequena Vigia, cidade do
vale do Jequitinhonha, vítima de grande desigualdade social e castigada pelos
caprichos da natureza,
José,
homem de poucas palavras, introspectivo, carrega consigo algo misterioso,
marcado pela presença da morte que ronda constantemente a miséria daquele fim
de mundo.
Maria,
uma bela e jovem morena, vive com José e Charles, filho do casal. Nada se sabe
sobre José que evidencie o seu comportamento agressivo com a esposa e nem os
motivos que o levam ao exagerado consumo de álcool. Maria por sua vez, se
submete a tudo, com resignação, até o momento que começa a ser rejeitada como
mulher.
Traído,
José expulsa Maria de casa, submetendo-a à uma violenta execração pública pela
conservadora comunidade local, forçando-a viver na zona boêmia da cidade, onde
é acolhida no Bordel Flor de Liz, pela
velha Delcídia, proprietária do local.
Os
anos passam, mas Maria, de longe, acompanhava o crescimento do filho. A zona
boêmia era um gueto que separava dois mundos. Charles cresce, cheio de indagações sobre a mãe que a Rosa, negra analfabeta que o criou com todo amor, escondia,
temendo o sofrimento do agora jovem e belo adolescente.
Zezinho,
desde pequeno, percebia que o tratamento recebido fora do ambiente familiar
deixava transparecer uma certa repulsa que ele não conseguia compreender. Só a
entrega por amor conseguiu, finalmente, desvelar esse universo obscuro, quando se
apaixona por Carla e enfrenta a fúria da família da jovem.
Aos
poucos, Charles vai montando o quebra cabeça de sua vida, até que um dia
resolve romper a barreira social que separa a sociedade local da região
boêmia, à procura da mãe.
Numa
noite de muita agitação no Bordel Flor Liz, ele se aproxima de uma mulher e a tira para dançar. Ao levantar o
chapéu, a Maria reconhece o filho e deixa o salão para nunca mais voltar.
Finalmente, no leito de morte, Maria e Charles se reencontram como mãe e filho,
num emocionante momento de perdão, amor, compreensão e de despedida.
A
morte de Maria é o assunto do dia na pequena Vigia, inclusive no bar do Maneco,
onde José frequenta religiosamente. A notícia o abala profundamente. Ele bebe a
cachaça de sempre e sai esgueirando-se pelos becos. Na sua cabeça os gritos de
Maria, batendo na porta da casa quando era perseguida por um grupo de pessoas
enfurecidas.
A
morte da mãe e a perda do seu grande amor, agora em um colégio interno, torna a
vida em Vigia ainda mais sem sentido para o Jovem Charles.
Ao
saber de sua decisão de ir embora, Rosa, sua mãe de criação, em prantos, entrega a ele as economias que Maria confiou
a ela ao longo de anos.
Assim
como Charles, Rosa também deixa a casa onde viveu por mais de 20 anos. Na
sala, bêbado e sozinho, está José, atormentado pelos gritos de Maria
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